Se você começou o ano com dívidas não se desespere, porque assim como você, muita gente já começou o ano endividado.
Mas para sair das dívidas ter suas finanças em ordem em 2023, não existe nenhum passe de mágica, mas sim uma séria dedicação e empenho.
Como se fosse uma nova conduta, tanto no modo de pensar, como de agir.
As consequências da pandemia levaram milhões de brasileiros ao desemprego.
Em decorrência disso, o ano de 2021 foi muito complicado para a maior parte da população.
Nos primeiros meses da pandemia, o Brasil teve um salto no número de inadimplentes, somando quase 66 milhões de pessoas com dívidas em atraso em abril de 2020, segundo dados da Serasa.
Algumas medidas tomadas pelo Governo durante o ano de 2020, assim como a alta da taxa de juros conseguiram reduzir o número de inadimplentes.
No entanto, em novembro de 2021, o número de famílias brasileiras com dívidas em atraso alcançou o maior índice desde janeiro de 2010, chegando a 74,6%.
Esses dados são da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Isso quer dizer que a cada quatro famílias brasileiras ao menos três têm contas a pagar.
Além da dificuldade financeira enfrentada por muitas famílias, a falta de organização e planejamento também são algumas das causas do endividamento.
No entanto, o início do ano é um ótimo momento para começar a ter uma vida financeira mais saudável.
Neste artigo, separamos para algumas dicas para você colocar as finanças em ordem em 2023.
Portanto, não deixe de ler até o fim!
1. Saiba quanto e onde você deve
Se as despesas de 2022 se prolongaram para 2023, é o momento de ligar o sinal de alerta.
Se isso aconteceu, não de desespere!
Para começar a regularizar as suas dívidas e se livrar delas, antes de tudo você precisa saber quais dívidas você tem, ou seja, onde você deve e qual o valor das suas contas em atraso.
Uma das melhores formas de organizar essas informações é colocar todas as pendências em uma papel ou em uma planilha, colocando no topo da lista àquelas com juros maiores.
Nesta situação, evite ao máximo criar novas dívidas e prefira pagar primeiro as contas com juros maiores, como, por exemplo, cheque especial e cartões de crédito.
2. Entenda o seu orçamento
Em seguida, você precisa calcular os ganhos (receitas) e gastos (despesas) mensais.
Assim como você fez com as dívidas, coloque no papel todos os gastos mensais fixos, como por exemplo, aluguel, financiamentos, despesas com condomínio, mensalidades escolares, contas de consumo e etc.
No caso de contas variáveis faça uma estimativa do valor dos gastos e reserve um pouco a mais para caso haja alguma surpresa.
Entendendo seu orçamento vai ficar mais fácil na hora de negociar suas dívidas, pois você saberá quanto do seu orçamento já está comprometido e qual valor é possível comprometer com o pagamento das contas em atraso.
Além disso, evite fazer novas dívidas, a não ser que isso seja extremamente necessário.
3. Negocie suas dívidas em atraso
Antes de negociar as dívidas em atraso você precisa saber quanto pode pagar por mês para não trabalhar no orçamento dos meses seguintes.
Em seguida, caso você tenha muitas dívidas em atraso a primeira dica é: comece a negociar as dívidas que tenham taxas de juros mais altas, como cartão de crédito ou cheque especial, por exemplo.
Além disso, dê prioridade para as dívidas relacionadas à serviços essenciais.
4. Realize um controle financeiro
Atualmente é possível fazer um controle financeiro usando uma planilha financeira ou aplicativo de verificação financeira.
Para isso, anote o salário que será creditado em sua conta e a renda adicional. Em seguida, insira as despesas e custos.
Assim, você vai conseguir visualizar as despesas previstas ao longo do ano e as despesas associadas por mês.
Além disso, é possível criar um painel interativo para ajudar a identificar qual setor está consumindo mais do seu orçamento mensal, pois esse, provavelmente, deve ser o setor que precisa de corte nas despesas.
Mas também há outras opções: de acordo com Macedo, da UFSC, os aplicativos, como por exemplo, o Guiabolso, Organizze e Wallet, podem ser uma boa opção para quem não conhece planilhas.
No entanto, o usuário deve estar ciente que os aplicativos não fazem tudo, por isso, é necessário ter organização.
5. Tenha metas
Outra parte importante do controle financeiro é poder traçar metas e determinar quanto tempo levará para alcançá-las. Isso torna mais fácil ver por que você está controlando os gastos, assim como ajuda a direcionar seu esforço (às vezes até uma recompensa).
Paulo Gallo, professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas, diz que o segredo está no planejamento e na ordem de importância de cada meta.
Para Gallo, “Há muitas coisas boas que fazemos para nós mesmos, mas não fazemos apenas porque queremos. Você tem que definir um objetivo claro. É preciso quantificar a meta e criar dados, definir metas mensais e intermediárias, além de traçar grandes metas.”
Entrar e sair de dívidas, pagar e comprar por impulso parecem um ciclo sem fim, mas, com pequenas atitudes, criando pequenos hábitos e metas, é possível transformar seu comportamento financeiro.
Portanto, não basta apenas fazer um planejamento financeiro, para colocar as contas em ordem, você também vai precisar mudar alguns hábitos.
6. Não gaste sem necessidade
Para que você possa pagar suas dívidas mais rápido, outra dica é diminuir ou até mesmo cortar algumas despesas nesse período.
Contudo, às vezes você já está tão acostumado com esses gastos que não percebe a diferença que eles fazem no seu orçamento mensal.
Então, o primeiro passo é colocar essas despesas no papel para saber quanto da sua renda estes gastos estão comprometendo.
Depois, você precisa identificar o que realmente é prioridade e quais despesas podem ser cortadas ou barateadas, começando pelas coisas que não são essenciais na sua vida.
Infelizmente, algumas despesas não podem ser cortadas do seu orçamento, como por exemplo, aluguel, financiamento, alimentação, água, energia elétrica, gás, plano de saúde e etc.
Por isso, neste momento você vai precisar abrir mão de algumas coisas para conseguir alcançar o seu objetivo que é se livrar das dívidas.
Outra recomendação é evitar visitar sites, aplicativos e perfis de lojas nas redes sociais, para não cair na tentação de gastar desnecessariamente.
Algoritmos também não facilitam a vida dos consumidores: os anúncios estão se tornando mais assertivos, mesmo para produtos que antes as pessoas achavam desnecessários.
Segundo Viriato, algumas atitudes simples evitam que os brasileiros sejam tentados a comprar, já que “A compra costuma ser algo impulsivo, por isso evite carregar cartão de crédito e prefira ter o dinheiro na carteira. Desligue o cartão de crédito no celular e não habilite o pagamento via Pix”, sugere.
7. Guarde dinheiro para algum imprevisto
Ao verificar suas prioridades financeiras, além de quitar dívidas e parcelas, reserve uma parte do salário compatível com sua realidade para iniciar a reserva de emergência.
Dessa forma é possível garantir que, em caso de imprevistos, é possível resolver com o dinheiro economizado, sem se endividar.
Macedo ressalta que o primeiro passo é se livrar das dívidas que estão consumindo o seu orçamento, para, em seguida, construir uma reserva.
Além disso, o especialista afirma que o dinheiro deve ser investido sem risco. Por isso, neste caso é mais apropriado investir em poupança ou títulos do governo que têm uma maior rentabilidade.
8. Procure opções de renda extra
Se você percebeu que com seus ganhos atuais não é possível cobrir seus gastos mensais, ainda mais em um período de crise, em que os produtos e serviços estão mais caros, outra dica é procurar opções de renda extra.
A depender da sua disponibilidade é possível conseguir trabalhos temporários ou oferecer serviços, que podem ajudar a complementar a renda no fim do mês, como por exemplo, trabalhar como motorista de aplicativo.
Além disso, atualmente existem diversos sites em que você pode se cadastrar e receber para responder pesquisas ou ainda para avaliar uma loja ou produto.
Outra forma de conseguir uma renda extra é através da venda de roupas e objetos que estejam sem uso em casa.
Mas, caso você opte por isso veja se os itens estão em bom estado de conservação antes de colocá-los à venda.
*Fonte de pesquisa: https://www.cnnbrasil.com.br
https://serasa.com.br/ensina/seu-nome-limpo/10-passos-para-sair-das-dividas/
